78% das determinações do código foram adotadas pelas sociedades emitentes. 84% no caso das empresas cotadas no PSI-20.
De acordo com o Relatório Anual de Monitorização do Código de Governo das Sociedades (CGS) ontem apresentado, 78% das determinações do Código de Governo das Sociedades foram adotadas pelas sociedades emitentes de ações para o mercado de capitais português. 84% no caso das empresas cotadas no PSI-20.
Os indicadores revelados por este relatório demonstram uma evidente adesão das empresas emitentes ao Código e o seu alinhamento com as melhores práticas internacionais de governo societário. Um exercício exigente, que decorre do diálogo constante com as empresas emitentes e o contributo de uma alargada equipa, que constitui um benchmark de grande importância, tanto para os interessados no mercado de capitais, como para o ciclo de revisão do Código, que se fará em momento oportuno.
Pedro Maia, Presidente da Comissão de Acompanhamento e Monitorização do CGS 2018
Principais conclusões:
- O Relatório demonstra que houve uma adoção generalizada do código por parte das empresas emitentes. O grau médio de acolhimento do CGS 2018 ascendeu a 78%, percentagem que atinge os 84% no caso das emitentes do PSI20;
- 91% das empresas emitentes demonstraram adotar políticas de whitleblowing, para detetar e prevenir irregularidades, por um lado, e proteger a identidade do whitleblower, por outro;
- 90% dos órgãos de administração não delega poderes no que respeita à definição da estratégia das principais políticas da sociedade. O mesmo em relação à organização e coordenação da estrutura empresarial. Um indicador em linha com a recomendação do Código;
- A maioria das empresas emitentes cumpre o recomendado no CGS no que diz respeito à gestão de risco: 72% procede à fixação de objetivos, todas zelam pela sua concretização e 97% dispõe de procedimentos de monitorização e acompanhamento;
- 61% das empresas emitentes têm um número de administradores executivos superior ao de administradores não executivos, tal como determina o CGS;
- 48% das empresas analisadas tem um número de administradores independentes aquém do recomendado, ou seja, não totalizam pelo menos um terço dos administradores não executivos;
- A avaliação de desempenho dos administradores é uma prática implementada em 46% das empresas analisadas;
- 60% das empresas emitentes escrutinam os negócios celebrados com partes relacionadas, através do órgão de administração. 48% fazem-no recorrendo ao órgão de fiscalização. No entanto, apenas 28% das administrações comunica estes negócios ao órgão de fiscalização, numa base semestral, como determina o Código;
- Apenas uma minoria das empresas 28% tem definido o âmbito e o valor mínimo dos negócios com partes relacionadas que podem ser aprovados pela própria administração. No caso das empresas cotadas no PSI-20 a percentagem sobe para 50%;
- Apenas 50% dos órgãos de fiscalização das sociedades avalia anualmente o cumprimento do plano estratégico determinado, a gestão de riscos, o funcionamento da administração e suas comissões, bem como o relacionamento entre órgãos da sociedade;
Sobre o IPCG: O Instituto Português de Corporate Governance é uma associação de direto privado, sem fins lucrativos, constituída em 2003. Tem por missão promover a difusão de boas práticas de governo societário como instrumento incontornável para a eficiência económica, o crescimento sustentável e a estabilidade financeira.