A Ordem dos Médicos Dentistas (OMD) divulga o Diagnóstico à Profissão 2025, que evidencia preocupações crescentes com, estabilidade e reconhecimento da profissão, reforçando a necessidade de medidas estruturais no Orçamento do Estado 2026.
Perda de capital humano: intenção de emigrar manifesta-se cada vez mais cedo
Instabilidade e rendimento ditam abandono da profissão
Impacto económico e social
A fuga de profissionais qualificados não é apenas um problema da classe médica dentária, mas sim um risco sistémico para a economia e para a saúde pública. A emigração de cada médico dentista representa um investimento perdido em formação e uma diminuição da capacidade de resposta do sistema nacional”, alerta o bastonário Miguel Pavão. "O Diagnóstico à Profissão 2025 confirma uma realidade preocupante: a medicina dentária em Portugal está a perder competitividade económica. Se não criarmos condições para garantir rendimentos justos, estabilidade contratual e regulação dos seguros, continuaremos a assistir à saída de profissionais qualificados, o que terá um impacto direto na economia nacional e na equidade do acesso aos cuidados de saúde. As propostas que apresentámos para o OE26 não são opcionais. São medidas estruturais para travar a desvalorização da profissão e assegurar a sustentabilidade do setor
Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Miguel Pavão
Medidas estruturais no OE26: soluções para travar a crise
- Criação da Carreira Especial de Médico Dentista no SNS. Esta medida corrige uma lacuna histórica e assegura estabilidade, progressão e condições equiparadas às restantes carreiras médicas. Seguindo o modelo da Madeira, permitirá integrar os profissionais nos cuidados de saúde primários e hospitalares, garantindo equipas consistentes e reduzindo a dependência da externalização.
- Afetação de 30% da receita do imposto sobre bebidas açucaradas à saúde oral. Este financiamento estável permitirá reforçar os programas de prevenção, alargar o "cheque-dentista", digitalizar o boletim de saúde oral e apoiar as autarquias na criação de projetos locais destinados a populações vulneráveis.
- Reforço dos gabinetes de medicina dentária nos cuidados de saúde primários. Mais de 80 gabinetes, equipados com fundos do PRR, permanecem encerrados devido à falta de integração de profissionais. A ativação destes recursos é urgente para garantir um acesso equitativo aos cuidados de saúde oral.
- Reformulação do programa "Cheque-Dentista". Introdução de cheques específicos para reabilitação protética e para casos de traumatismos, de modo a garantir uma resposta a situações críticas e a reforçar a prevenção.


