- Maioria dos Portugueses (62%) compraram livros no último ano;
- Jovens são os que mais compram livros (28%);
- Compras crescem na Grande Lisboa e no Sul, decrescem no Grande Porto, Interior e Litoral.
No âmbito do Book 2.0 #The Future of Reading, que hoje e amanhã (31 de agosto e 1 de setembro) reúne em Lisboa alguns dos grandes escritores e pensadores da atualidade para debater o futuro dos livros, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) apresenta as principais conclusões de um estudo promovido por si e realizado pela GfK* sobre o “Mercado do Livro e Hábitos de Compra em Portugal”.
Os dados recolhidos permitem concluir que 62% dos inquiridos compraram livros no último ano e, destes, 70% afirmaram que compraram o mesmo ou mais do que no ano anterior. O estudo apurou também que os jovens entre os 15 e os 34 anos continuam a ter o hábito de comprar livros, sendo quem mais comprou no último ano (28%).
Dados considerados positivos por Pedro Sobral, Presidente da APEL: “Foi muito interessante perceber a importância que os livros continuam a ter nas camadas mais jovens, que representam atualmente a faixa etária onde mais se compra livros. Num país com os índices de leitura mais baixos da Europa, estes números trazem-nos esperança no futuro, fazem-nos acreditar que é possível mudar hábitos para as gerações futuras. Talvez se chegue agora aos livros de forma diferente, por exemplo através das redes sociais, mas a verdade é que a compra, leitura e partilha de livros é agora muito comum entre os jovens, o que é extremamente positivo para o futuro da leitura”.
Quem comprou livros, fê-lo na sua maioria (82%) para consumo próprio, sobretudo na faixa etária dos 55 aos 74 anos (87%), mas também para oferecer (53%). O formato físico do livro continua a ser claramente privilegiado (99% dos livros comprados), e as lojas físicas atraem a maior parte dos compradores (88%), mas o digital ganha terreno, tanto no formato dos livros (8% dos leitores compram livros digitais) como no canal de compra, com 39% dos compradores de livros a terem o hábito de comprar on-line.
O romance continua a ser o género literário preferido por quem compra livros (69%), logo seguido do romance histórico (52%), mas os livros infanto-juvenis continuam a alimentar 50% das compras efetuadas.
As maiores quebras de compra de livros registadas no último ano registaram-se no Porto (-14%), no Litoral (-10%) e no Interior (-10%), verificando-se 26% destas nas classes sociais mais baixas (classes C e D). Por outro lado, é nos lares com um status social mais elevado (classes A e B) que são comprados mais livros (42%).
Uma tendência que Pedro Sobral, da APEL, gostaria de ver combatida: “Não podemos ficar satisfeitos se assistimos a uma subida do índice de compra de livros, mas apenas na Grande Lisboa. O aumento da leitura deve ser transversal a todo o país, independentemente da classe económica ou da região do país, por isso democratizar o acesso ao livro deve ser um imperativo nacional”.
Quando comparados os números de 2022 com o período anterior à pandemia de Covid-19, verifica-se que 68% dos compradores afirmam terem comprado o mesmo número (40%) ou até mais livros (28%). Ao mesmo tempo, a compra de livros nas camadas mais jovens (15-34 anos) subiu 44%. Por critério geográfico, o Porto sofreu uma quebra de vendas de 11%, enquanto Lisboa cresceu 5% e o Sul do país subiu 12%.
“Com este estudo, a APEL espera contribuir para a promoção de políticas públicas favoráveis ao livro e à leitura, ao mesmo tempo que fortalece o ecossistema do setor dos livros, editoras e Educação no país. O Book 2.0 é o fórum ideal para lançar estas conclusões, desafiando cada um de nós a fazer a sua parte”, conclui Pedro Sobral.
Dados do mercado livreiro
Num mercado que, em 2022, lançou 21.115 novos livros e valeu 175 milhões de euros, 88% do mercado é constituído por 4 grupos de livrarias em rede, num total de 80 lojas; 9 Retalhistas Multiproduto, correspondentes a 1.200 pontos de venda; 8 grupos de Grande Distribuição, com 1.800 pontos de venda; e 4 livrarias únicas. Os restantes 12% do mercado são ocupados por livrarias únicas e papelarias, num total de 400 pontos de venda.
* O estudo foi realizado pela GfK entre os dias 18 de julho e 10 de agosto de 2023 junto de uma amostra constituída por 1001 indivíduos.
Book 2.0 # The Future of Reading
31 de agosto a 1 de setembro de 2023
Museu Nacional dos Coches – Picadeiro Real
Praça Afonso de Albuquerque
1300-004 Lisboa
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