O Institute of Public Policy (IPP), do ISEG - Lisbon School of Economics & Management, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, apresentou hoje a nova edição do relatório “QUE FUTURO DEIXAMOS ÀS PRÓXIMAS GERAÇÕES? Um Índice de Justiça Intergeracional para Portugal”.
Principais Conclusões do Estudo
Após uma tendência de melhoria até 2020, os anos mais recentes (2022 e 2023) mostram um agravamento das condições de bem-estar das gerações jovens em Portugal, sobretudo em comparação com as gerações mais idosas.
A dimensão da habitação é a que mais se agravou, com pior acessibilidade (preço da habitação face ao rendimento) e autonomia (mais jovens a viver em casa dos pais). Estes indicadores degradaram-se significativamente entre 2020 e 2023.
Verifica-se uma deterioração no acesso aos cuidados de saúde (mais necessidades de saúde não satisfeitas e maior despesa das famílias) e um aumento do consumo de antidepressivos e ansiolíticos, contribuindo para a queda do índice de saúde.
Há uma redução do peso da dívida no PIB, mas o esforço de consolidação abranda. Os passivos implícitos da segurança social aumentam, penalizando as gerações futuras. O stock de capital também não evolui favoravelmente para as novas gerações.
O mercado de trabalho apresenta progresso, com melhoria da estabilidade laboral (menos contratos a termo entre jovens). A emigração piorou após a pandemia. O desemprego, igualdade salarial de género e capital humano mantêm-se relativamente estáveis.
Há avanços na redução das emissões de gases com efeito de estufa e sumidouro de carbono das florestas. A poluição e o consumo de água estabilizaram, mas a economia circular (produção e reciclagem de resíduos) não atingiu as metas europeias. No geral, observa-se uma ligeira melhoria nesta dimensão.
Regista-se uma tendência de melhoria do índice de pobreza e condições de vida, especialmente até à pandemia, com redução da incidência da pobreza e da privação material/social.
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