DICAS

10 segredos para gerir o crédito de forma inteligente e sem sobressaltos

12 March 2025

Por Sérgio Cardoso, administrador da Academia Doutor Finanças

Tomar a decisão de contratar um crédito pode ser um passo importante na vida financeira, seja para comprar casa, trocar de carro ou fazer face a uma despesa inesperada. Mas será que está a fazê-lo da forma mais responsável? Tal como em qualquer outro compromisso financeiro, a palavra-chave aqui é planeamento.

Um crédito bem pensado pode ser uma ferramenta útil, desde que seja contratado de forma informada e consciente. Para o ajudar, reuni algumas dicas essenciais para garantir que faz a melhor escolha e gestão do(s) seu(s) crédito(s):

1. Avalie a real necessidade do crédito: Antes de avançar, questione-se: precisa mesmo deste crédito? Poderá esperar e poupar algum dinheiro primeiro? O crédito deve ser usado para investimentos estruturantes (como habitação ou educação) e não para despesas de curto prazo ou consumo impulsivo.

2. Conheça a sua taxa de esforço: A taxa de esforço corresponde à percentagem do seu rendimento mensal que será destinada ao pagamento de prestações de crédito. Para um equilíbrio financeiro saudável, recomenda-se que não ultrapasse os 35% dos seus rendimentos líquidos. Pode encontrar online calculadoras para simular a sua taxa de esforço.

3. Compare diferentes ofertas de crédito: Não aceite a primeira proposta que lhe surge. Compare as condições oferecidas por diferentes bancos ou entidades financeiras. Atenção especial à TAEG (Taxa Anual Efetiva Global) e ao MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor), que representam o custo total do crédito.

4. Escolha um prazo de pagamento adequado: Um prazo mais curto reduz o valor total dos juros pagos, mas aumenta a prestação mensal. Um prazo mais longo alivia o valor da prestação, mas encarece o custo final do crédito. Encontre um equilíbrio entre uma mensalidade confortável e o menor custo total possível.

5. Esteja atento às taxas de juro: As taxas de juro podem ser fixas, variáveis ou mistas. Uma taxa fixa dá previsibilidade nos pagamentos, mas pode ser mais elevada no início. Uma taxa variável acompanha a Euribor e pode subir ou descer ao longo do tempo. Já uma taxa mista combina estabilidade inicial com variação posterior. Escolha consoante o seu perfil de risco.

6. Consolide créditos, se necessário: Se tem vários créditos ativos, pode ser vantajoso consolidá-los num único crédito consolidado. Esta solução permite reduzir o valor da prestação mensal e simplificar a gestão dos pagamentos, evitando esquecimentos e atrasos.

7. Tenha um fundo de emergência: Antes de assumir um compromisso financeiro, pense na sua estabilidade profissional e em eventuais imprevistos. Criar um fundo de emergência equivalente a pelo menos 3 a 6 meses de despesas pode ser essencial para lidar com situações inesperadas sem comprometer o pagamento das prestações.

8. Evite recorrer ao crédito para despesas supérfluas: Um crédito deve ser uma ferramenta de planeamento financeiro e não uma forma de compensar a falta de poupança. Evite utilizar crédito para viagens, compras impulsivas ou eventos não essenciais. Se puder, poupe primeiro para essas despesas.

9. Se estiver com desafios, contacte a instituição: O atraso no pagamento das prestações pode levar à aplicação de juros de mora e penalizações que aumentam o custo do crédito. Antecipe os desafios e encontre uma solução juntamente com as instituições com que trabalha.

10. Renegoceie as condições sempre que necessário: Se as suas condições financeiras mudarem, não hesite em renegociar o seu crédito com o banco. Poderá conseguir melhores condições, prazos mais ajustados ou taxas de juro mais competitivas, garantindo maior estabilidade financeira.

Gerir os seus créditos de forma responsável é fundamental para manter a sua saúde financeira. Lembre-se: um crédito bem gerido é um crédito que trabalha a seu favor!

Sobre o Doutor Finanças

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