· Estudo pioneiro resultou num ‘Carbon Footprint Whitepaper’, que oferece recomendações práticas para o setor trabalhar em conjunto para enfrentar os impactos climáticos e atingir o Net Zero;
· Mercado editorial português produziu aproximadamente 9.874 toneladas de CO2 equivalente em 2023, o que representa cerca de 0,017% das emissões totais de Portugal;
· Cada livro vendido tem, em média, um impacto de 555g de CO2e, que corresponde a conduzir 5,13 km num carro novo ou consumir 15,4 horas de conteúdo de streaming;
· As maiores fontes de emissões estão na produção de papel (41%) e impressão (28%), com outras matérias-primas como tintas e colas a contribuir com 20%;
Lisboa, 05 de setembro de 2024 – No âmbito da segunda edição do Book 2.0, foi hoje apresentado um Livro Branco para a Pegada de Carbono do setor dos livros, resultante de um estudo pioneiro desenvolvido pela Publishing2030 Accelerator com o apoio da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). O levantamento visou obter dados precisos sobre o modo como se produzem os livros no país, a fim de determinar futuras mudanças que o coloquem, pelo menos neste setor, mais próximo do Net Zero.
O estudo, que foi conduzido por Rachel Martin, Diretora de Sustentabilidade Global na Elsevier (Países Baixos), resultou num ‘Carbon Footprint Whitepaper’ cujas primeiras recomendações foram apresentadas esta tarde perante a audiência do Book 2.0, no Museu do Oriente. A ideia de realizar este estudo pioneiro tinha surgido na primeira edição do Book 2.0, em 2023, numa conversa entre Rachel e António Redondo, Presidente da Comissão Executiva da Navigator. Feito pela primeira vez em Portugal, este levantamento deverá ser replicado depois noutros países.
Contando com a participação de produtores de papel, gráficas, editores, distribuidores e livreiros portugueses, o estudo permitiu apurar que, em 2023, o mercado editorial português produziu aproximadamente 9.874 toneladas de CO2 equivalente, o que representa cerca de 0,017% das emissões totais de Portugal. Concretamente, cada livro vendido tem, em média, um impacto de 555g de CO2e, o que equivale a conduzir 5,13 km num carro novo ou a consumir 15,4 horas de conteúdo de streaming. Com este levantamento, pôde constatar-se que as maiores fontes de emissões estão na produção de papel (41%) e impressão (28%), com outras matérias-primas como tintas e colas contribuindo com 20%.
Além disso, o Livro Branco hoje apresentado no Book 2.0 vem oferecer recomendações práticas para o setor trabalhar em conjunto para enfrentar os impactos climáticos, nomeadamente através da identificação das áreas onde podem ser tomadas medidas coletivas para acelerar o processo de redução das emissões ao longo de toda a cadeia de abastecimento.
Pedro Sobral, Presidente da APEL
“A APEL e seus associados têm a responsabilidade de colocar a sustentabilidade ao lado de outras questões críticas para o futuro do nosso setor, como sejam a leitura, literacia ou digitalização. Não se trata apenas de conformidade, mas também de dever ético de construir um futuro sustentável para a nossa indústria, que garantirá que os livros irão nutrir a próxima geração de leitores e proteger o nosso ambiente” afirma Pedro Sobral, Presidente da APEL. “O estudo que conduziu a este ‘Carbon Footprint Whitepaper’ revela que diversas iniciativas já foram iniciadas para aumentar a consciencialização e reduzir o impacto ambiental do mercado livreiro português, não obstante algumas barreiras percebidas em termos de custos e recursos necessários para ações climáticas, especialmente para pequenas e médias empresas. Diria que um dos maiores impactos que o setor poderá ter é o de continuar a promover a leitura e a alfabetização, o que pode inspirar as novas gerações para ações climáticas com repercussão na Sociedade.”.
O documento apresentado recomenda o estabelecimento de uma visão para 2050, para acelerar a agregação e partilha de dados de carbono, bem como promover a consciencialização para a conformidade através de regulamentações emergentes. Constata-se que a colaboração ao longo da cadeia de abastecimento é essencial para reduzir as emissões de carbono, mas o estudo destaca também a necessidade de inovação, especialmente na produção de papel e na otimização do uso de recursos na impressão.
“Este Livro Branco fornece uma visão abrangente dos desafios e oportunidades para o setor editorial português em relação à sustentabilidade e à redução das emissões de carbono. Sendo o mercado português relativamente pequeno, permite-nos também uma flexibilidade que pode ser útil para testar abordagens metodológicas de relatórios de carbono que podem ser aplicadas noutros mercados.”, conclui Pedro Sobral.
A edição de 2024 do Book 2.0 conta com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, e tem o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, Fundação Oriente, International Publishers Association, World Literacy Foundation, C. Santos VP e Altis Belém, tendo como parceiro estratégico e produção a Vanilla Project.
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