· O risco cibernético é considerado o principal risco tanto em Portugal, como na Europa e também a nível global;
· O Capital Humano (Escassez de mão-de-obra) integra, pela primeira vez, o top5 dos principais riscos para as empresas portuguesas;
· Os riscos ambientais , alterações climáticas, ESG – Environmental , Social and Governance – e de inteligência artificial são subvalorizados pelas empresas.
Lisboa, 24 de novembro de 2023 – O risco de ataques cibernéticos / data breach é considerado o principal risco para as empresas portuguesas, tendo subido cinco posições e alcançado o primeiro lugar no ranking, segundo as conclusões do Global Risk Management Survey realizado pela Aon, empresa líder mundial de serviços nas áreas de risco, reforma, saúde e pessoas. O estudo revela que o risco dos ataques cibernéticos, além de preocuparem as empresas portuguesas estão também no topo das preocupações das empresas a nível global, o que se justifica pela aceleração da transformação digital das empresas que originaram um acentuar dos ataques cibernéticos e episódios de violação de dados em todo o mundo.
Para Carlos Freire, CEO da Aon Portugal, “estas conclusões vão ao encontro da volatilidade em que o mundo se encontra, com alterações significativas na forma como as economias estão a lidar com novos cenários e como estão a reagir. O risco cibernético apresenta o nível mais elevado de preparação para o risco e, em consonância com isso, tem uma das perdas de rendimento mais baixas e uma das percentagens mais elevadas de ações de atenuação do risco.”
Outra das conclusões a destacar é a entrada direta, na quinta posição do risco, da escassez de mão-de-obra, que não tinha sido considerado nos 10 principais riscos para as empresas nacionais na edição anterior do estudo, em 2021. Isto demonstra uma mudança na forma como os gestores encaram atualmente o capital humano e a forma como este risco impulsiona outros dos principais riscos empresariais associados.
Além do risco de escassez de mão-de-obra, também os riscos de alterações regulatórias e legislativas, falha nas cadeias de abastecimento e distribuição, e cash flow / risco de liquidez integram diretamente a lista dos principais riscos para as empresas portuguesas, sem terem sido referidos na análise da edição anterior. À medida que os conflitos e as condições macroeconómicas continuam a ter impactos de grande alcance verifica-se que o mundo está mais volátil e interligado do que nunca e que não é suficiente as empresas focarem-se apenas num evento, mas sim no impacto que vários fenómenos interligados podem ter num mercado globalmente conectado.
Top 10 Riscos para as Empresas Portuguesas em 2023
↑ | 1 | Ataques cibernéticos / data breach |
↑ | 2 | Risco no mercado de commodities / Escassez de matérias-primas |
NOVO | 3 | Alterações regulatórias e legislativas |
NOVO | 4 | Falha nas cadeias de abastecimento e distribuição |
NOVO | 5 | Escassez de mão-de-obra |
↑ | 6 | Dificuldade na captação e retenção de talento |
↑ | 7 | Danos reputacionais |
↓ | 8 | Volatilidade dos preços dos ativos |
↓ | 9 | Interrupção do negócio |
NOVO | 10 | Cash flow / risco de liquidez |
A nível global, o Global Risk Management Survey revela que o risco ataques de cibernéticos /data breach continua a ser o principal risco, assim como a interrupção do negócio que mantém a segunda posição, e o risco de desaceleração da economia / recuperação lenta, que ocupa o 3º lugar, à semelhança do inquérito da Aon de 2021. O que reflete a realidade de que os eventos de cibercrime e interrupção de negócios estão a aumentar e podem afetar vários setores e empresas simultaneamente, tendo um impacto elevado nas operações.
Para os cerca de três mil gestores de risco que participaram na nova edição do maior estudo bienal da Aon – incluindo gestores portugueses – as questões de capital humano já não são apenas um “problema de pessoas”, mas um risco chave para as empresas que pode ser verificado pela escassez de mão-de-obra, captação e retenção de talento, aumento dos custos de saúde e pela falta de preparação para a reforma. O risco de dificuldade na captação e retenção de talento lidera, pela primeira vez, a tabela dos riscos que mais afetam as empresas, e alcança a classificação mais elevada de sempre, desde o início desta análise, em 2007, entrando para a quarta posição sem ter SIDO considerada na edição anterior.
“Os novos cenários de eventos, associados aos conflitos e às mudanças geopolíticas, trouxeram desafios que mudaram o perfil de risco, mas também é visível de analisar que os riscos mais identificados acabam por estar associados entre si. Atualmente, os gestores estão a reconhecer o verdadeiro custo dos desafios do Capital Humano e como a falta de talento, de mão de obra ou de competências especializadas críticas podem prejudicar a inovação e a competitividade das empresas e aumentar a exposição a outros riscos como aqtaques cibernéticos, alterações regulatórias e legislativas, falha nas cadeias de abastecimento e distribuição, interrupção do negócio e danos reputacionais, como mostra o 2023 Global Risk Management Survey. Os riscos de longa duração tornaram-se o foco principal do cenário de risco, e será também com uma visão a longo prazo que as empresas terão implementar a sua estratégia de gestão de risco.”, assinala Carlos Freire, CEO da Aon Portugal.
Top 10 Riscos para as Empresas em 2023, a nível global
Vs 2021 | |||
→ | 1 | Ataques cibernéticos / data breach | 1° |
→ | 2 | Interrupção do negócio | 2º |
→ | 3 | Desaceleração da economia / Recuperação lenta | 3º |
NOVO | 4 | Dificuldade na captação e retenção de talento | NOVO |
↑ | 5 | Alterações regulatórias e legislativas | 6º |
↑ | 6 | Falha nas cadeias de abastecimento e distribuição | 8º |
↓ | 7 | Risco no mercado de commodities / Escassez de matérias-primas | 4º |
↓ | 8 | Danos reputacionais | 5º |
↑ | 9 | Falha na inovação ou resposta às necessidades dos clientes | 10º |
↓ | 10 | Aumento da concorrência | 9º |
Contudo, o novo estudo da Aon demonstra também que os gestores continuam a subvalorizarem alguns riscos de extrema importância no atual cenário, nomeadamente os riscos associados ao ambiente e sustentabilidade e aos avanços tecnológicos. O 2023 Global Risk Management Survey demonstra que o risco das alterações climáticas (17ª posição), risco ambiental (20ª posição), ESG – Environmental , Social and Governance – (23ª posição) e a inteligência artificial (49ª posição) não estão incluídos no top 10, o que sugere uma falta de sensibilização para o potencial impacto destas questões no perfil de risco das empresas. Os riscos associados ao ambiente e à sustentabilidade mais imediatos incluem danos à propriedade, impacto das alterações climáticas, desastres naturais e as consequências para o negócio das alterações regulatórias e legislativas relacionadas ao ambiente e obrigações de conformidade.
Por outro lado, os riscos associados à Inteligência Artificial (IA) representam uma das preocupações mais prementes no contexto dos avanços tecnológicos, uma vez que irá transformar o panorama de risco empresarial em todos os setores de atividade, introduzindo novos riscos e alterando a gravidade e a velocidade de mudança de riscos existentes. Por exemplo, os programas de IA de grande alcance podem aumentar a exposição à cibersegurança, gerar questões jurídicas e ampliar os riscos para o capital humano, tais como a escassez de competências em falta.
“Há riscos associados que são visivelmente ignorados nas avaliações dos gestores sobre os desafios que as empresas devem enfrentar, nomeadamente o risco associado ao ambiente e à sustentabilidade. Este não é um risco emergente, mas sim um risco urgente, com implicações cada vez mais relevantes para empresas em todas as dimensões”. disse Carlos Freire, CEO da Aon Portugal. E conclui afirmando que “os gestores necessitam de insights, de análises e de modelos avançados, juntamente com soluções paramétricas inovadoras que os irão ajudar a tomar melhores decisões hoje e a protegê-los no futuro."
Por fim, o estudo faz ainda uma previsão do que será o cenário de risco daqui a 3 anos para as empresas portuguesas, onde o risco de ataques cibernéticos / data breach se mantenha no topo do ranking, com o risco no mercado de commodities / escassez de matérias-primas, escassez de mão-de-obra, a dificuldade na captação e retenção de talento, e a volatilidade dos preços dos ativos a integrarem o top 5. Verifica-se que as questões ligadas aos Recursos Humanos e Capital Humano está a começar a ser analisada e considerada pelos gestores como um dos principais riscos a ter em consideração.
Previsão do Top 5 Riscos para as Empresas Portuguesas para 2026
1 | Ataques cibernéticos / data breach |
2 | Risco no mercado de commodities / Escassez de matérias-primas |
3 | Escassez de mão-de-obra |
4 | Dificuldade na captação e retenção de talento |
5 | Volatilidade dos preços dos ativos |
Já a nível global, prevê-se que as previsões dos principais riscos se mantenham coerentes, com o risco de ataques cibernéticos / data breach a permanecer no topo do ranking, seguido do risco de desaceleração da economia / recuperação lenta, o risco no mercado de commodities / escassez de matérias-primas, a dificuldade na captação e retenção de talento, e as alterações regulatórias e legislativas.
Realizado de dois em dois anos desde 2007, o Global Risk Management Survey da Aon fornece dados e insights para permitir uma melhor tomada de decisão em torno do risco num ambiente de negócios cada vez mais volátil e complexo. A edição deste ano reuniu cerca de 3.00 inquiridos em 61 países e 16 setores de atividade para identificar os principais riscos e desafios que os gestores enfrentam nas suas organizações. O relatório completo de 2021 pode ser consultado em: Global Risk Management Survey | Aon.
###
Sobre a Aon
A Aon plc (NYSE:AON) é uma empresa líder mundial de serviços profissionais que dispõe de uma ampla gama de soluções de risco, reforma e saúde. Com 50.000 colaboradores em 120 países tem como objetivo entregar os melhores resultados através de proprietary data & analytics para fornecer insights que reduzam a volatilidade e melhorem o desempenho.