Em conjunto, Bancos Alimentares contra a Fome apoiam em Portugal mais de 450 mil pessoas e entregam 110 mil quilos de alimentos por dia.
O Banco Alimentar Contra a Fome celebra este sábado o seu 30.º aniversário, numa altura em que o seu papel ganha uma importância acrescida, perante o aumento das carências alimentares associadas ao impacto económico e social da pandemia.
Ao longo destes 30 anos, prosseguiu em crescendo a sua capacidade em acudir às necessidades alimentares dos mais carenciados, tornado possível por um cada vez maior envolvimento dos portugueses que encontraram nos propósitos e na credibilidade do projeto do Banco Alimentar Contra a Fome a forma de darem livre curso ao seu tradicional espírito de solidariedade e de entreajuda.
Hoje, fruto do caminho percorrido, existem 21 Bancos Alimentares Contra a Fome, norteados pelos valores da dádiva e da partilha, na maior rede social real oriunda da sociedade civil que existe em Portugal. Além disso, com o apoio do Banco Alimentar contra a Fome, foi possível estender o projeto a países como Angola, Cabo Verde e Moçambique, onde hoje a sua atividade replica modelo idêntico.
Em conjunto, os Bancos Alimentares contra a Fome apoiam em Portugal mais de 450 mil pessoas, em parceria com instituições sociais e entidades que, com grande proximidade e com a colaboração de milhares de voluntários, entregam alimentos sob a forma de cabazes ou refeições confecionadas, num total de 110 mil quilos de alimentos por dia.
No entanto, no momento em que celebra o seu 30.º aniversário, forçoso é reconhecer que, infelizmente, a capacidade de intervenção do Banco Alimentar Contra a Fome exige neste momento um forte incremento, de molde a que possa acorrer de forma efetiva às crescentes carências alimentares de muitos dos nossos concidadãos, que resultam da situação pandémica que, no nosso País, também se está a transformar numa forte crise económico-social, com um significativo agravamento do desemprego e das desigualdades sociais.
Para lhe fazer face, é absolutamente crucial que exista uma resposta dos portugueses traduzida num reforço do seu tradicional espírito de solidariedade. É preciso que todos aqueles que podem, mesmo que possam pouco, aumentem os seus contributos para que o Banco Alimentar Contra a Fome esteja em condições de responder com efetividade ao aumento exponencial das necessidades alimentares de muitos dos nossos concidadãos, que se encontram perante uma situação de absoluta e dramática carência.
Isabel Jonet, Presidente do Banco Alimentar de Lisboa e da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, assinalando a efeméride, agradece e enaltece a colaboração dos milhares de voluntários, empresas, entidades e instituições que “ao longo destes 30 anos abraçaram esta causa, iniciada em Lisboa e cujo modelo foi replicado em 21 outros locais, e ofereceram o seu tempo, o seu conhecimento, os seus produtos e serviços, sem os quais não teria sido possível levar por diante a missão solidária do Banco Alimentar a centenas de milhares de pessoas em dificuldades”.
A responsável sublinha ainda: “a importância do contributo e envolvimento de cada um de nós nesta missão, num apelo à união de esforços da sociedade civil, com a intervenção do Estado, como forma de travar as situações de rutura social e desespero que têm vindo a agravar-se no último ano e atingem agora níveis muito preocupantes”.
Banco Alimentar: 30 anos a alimentar uma ideia
Por iniciativa de José Vaz Pinto, a 23 de janeiro de 1991 nascia em Portugal o Banco Alimentar Contra a Fome, o maior movimento da sociedade civil portuguesa desde o Pós-Guerra, com a missão de lutar contra o desperdício e distribuir apoio a quem menos tem para se alimentar, em parceria com instituições de solidariedade e com base no trabalho voluntário.
Desde a criação do primeiro Banco Alimentar Contra a Fome, em Lisboa, a rede alargou-se a todo o país e, atualmente, existem 21 Bancos Alimentares, nas zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Madeira, Zona Oeste, Portalegre, Porto, S. Miguel, Santarém, Setúbal, Terceira, Viana do Castelo, Viseu. A Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares anima a rede e representa os Bancos Alimentares a nível nacional e internacional.
O papel do Banco Alimentar nunca foi tão importante como agora, dado o impacto social das medidas decretadas para conter a propagação da pandemia, que colocou numa situação de pobreza muitos milhares de pessoas que nunca imaginaram viver essa situação. Hoje mais 60.000 pessoas, número que continua a crescer, vieram-se juntar às famílias que já recebiam apoio dos Bancos Alimentares antes da pandemia, vítimas de uma crise económica sem precedentes, num total superior a 450 mil pessoas apoiadas. Durante o último ano, o Banco Alimentar Contra a Fome lançou várias iniciativas para fazer face a esta realidade, como a Rede de Emergência Alimentar, que se juntam ao portal de doação online alimentestaideia.pt ou a campanha de donativos através da Ajuda Vale ou à campanha Papel por Alimentos.
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