Debater e apresentar propostas concretas nas áreas da educação, saúde, emprego e habitação a contemplar no Orçamento do Estado para 2026 foi o desafio lançado pela Merck Portugal, com o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) às juventudes partidárias mais representativas do nosso país. Num momento em que se aproxima a fase de apreciação e votação do Orçamento do Estado, a cidade de Lisboa recebeu um encontro que espelha as preocupações de uma geração que quer participar ativamente nas decisões que moldam o seu futuro.
Promovida no âmbito do Projeto Future, uma iniciativa europeia que visa elevar a voz dos jovens junto dos decisores políticos, a sessão juntou representantes de todas as juventudes com assento parlamentar: João Pedro Louro (JSD), Sofia Pereira (JS), Madalena Cordeiro (Chega), Jorge Miguel Teixeira (Iniciativa Liberal), Catarina Marinho (Juventude Popular), André Tenente (Livre), Guilherme Almeida (Juventude Comunista Portuguesa) e Iara Sobral (Bloco de Esquerda). O encontro decorreu no Técnico Innovation Center.
Educação e habitação no centro das preocupações
O debate começou com a educação, tema que rapidamente se cruzou com a habitação estudantil. João Pedro Louro (JSD) defendeu que o aumento de 4,5% do investimento público deve ser canalizado para alargar a rede pré-escolar e reforçar parcerias com o setor social e privado, garantindo igualdade de oportunidades.
Madalena Cordeiro (Chega) considerou o investimento “insuficiente”, defendendo um modelo de propinas faseadas semelhante ao britânico. Já Sofia Pereira (JS) afirmou que “as propinas e a falta de alojamento digno continuam a ser barreiras reais” e apelou ao alargamento das bolsas e ao cumprimento da lei que prevê o complemento de alojamento para a classe média.
As forças à esquerda, Bloco de Esquerda, Livre e Juventude Comunista, convergiram na defesa da abolição das propinas e de um maior investimento na escola pública, denunciando a “desresponsabilização do Estado” no ensino superior. O PSD contrapôs que “o maior entrave não é a propina, mas a falta de camas disponíveis”, apontando para a execução de mais de duas mil novas unidades ao abrigo do Plano Nacional de Alojamento no Ensino Superior.
Já André Tenente (Livre) refutou os números, dizendo que o investimento no PNAES “desceu de 202 para 150 milhões de euros”.
Saúde: entre a gestão e a valorização dos profissionais
Na segunda parte do debate, dedicada à saúde, os jovens dirigentes partidários divergiram quanto às causas da crise no Serviço Nacional de Saúde (SNS). João Pedro Louro (JSD) defendeu que o problema “não é a falta de dinheiro, mas de gestão”, apontando para a necessidade de métricas de desempenho e maior autonomia das unidades de saúde familiares.
Sofia Pereira (JS) acusou o Governo de “incompetência e desresponsabilização”, lembrando a sucessão de demissões na direção executiva do SNS e a “fuga de profissionais por falta de valorização das carreiras”. Defendeu um investimento efetivo e sustentável, com melhores salários e condições de trabalho para fixar médicos e enfermeiros.
Já o Chega propôs uma integração mais ampla entre setor público e privado, permitindo que o Estado reembolse os cidadãos que recorram a clínicas privadas quando o SNS não tem capacidade de resposta. A Iniciativa Liberal reforçou essa visão, defendendo um modelo bismarckiano, em que “o dinheiro segue o utente” e o cidadão escolhe o hospital onde é tratado.
A posição foi duramente criticada por Guilherme Almeida (JCP), que acusou a direita de querer “desmantelar o SNS e transformar a saúde num negócio”. Também André Tenente (Livre) defendeu que “a liberdade de escolha que a direita apregoa é apenas para quem tem dinheiro”, lembrando que “os hospitais privados tratam os doentes saudáveis e encaminham os casos complexos para o SNS”.
Catarina Marinho (JP) sublinhou a urgência de reforçar o apoio à maternidade e ao pós-parto, enquanto Iara Sobral (Bloco) pediu mais investimento em saúde mental e prevenção nas escolas, defendendo a presença de psicólogos em todos os estabelecimentos de ensino.
Emprego juvenil e políticas públicas: o desafio da estabilidade
O tema do emprego juvenil encerrou o debate, com consenso generalizado sobre a precariedade das condições laborais. Foram discutidas as dificuldades de entrada no mercado de trabalho, carga fiscal e a falta de políticas que incentivem os jovens a permanecer em Portugal.
Sofia Pereira (JS) criticou o fim da cumulatividade entre o IRS Jovem e a devolução de propinas, afirmando que “o Estado retira rendimento às novas gerações em vez de lhes dar oportunidades”. Já João Pedro Louro (JSD) destacou a importância de “apostar na inovação e na tecnologia” para criar empregos qualificados e reter talento no país.
O Chega e a Iniciativa Liberal defenderam uma maior liberdade contratual e fiscal, enquanto o Bloco, o Livre e a JCP insistiram na valorização do trabalho e no aumento dos salários como condição para combater a emigração jovem.
Uma geração que exige ser ouvida
No encerramento, o presidente do Conselho Nacional da Juventude, André Cardoso, destacou “a importância de garantir que o Orçamento do Estado para 2026 reflete as prioridades da geração que mais sente os efeitos das desigualdades e da precariedade”. Sublinhou que “os jovens não querem apenas ser ouvidos, querem ser parte ativa na construção das soluções”.
Apesar das diferenças ideológicas, o debate evidenciou uma vontade comum de reforçar a participação dos jovens nas decisões políticas e de garantir que o Orçamento do Estado reflete as suas prioridades.
Como concluiu Pedro Moura, diretor-geral da Merck Portugal “Portugal precisa de ouvir os jovens e agir com base nas suas aspirações, porque o futuro da Europa depende das decisões que tomarmos hoje”.
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Sobre a Merck
A Merck é uma empresa líder em ciência e tecnologia, que opera nas áreas de Healthcare, Life Science e Electronics. Cerca de 64.000 colaboradores trabalham para marcar uma diferença positiva em milhões de vidas de pessoas, todos os dias, criando formas de viver mais felizes e sustentáveis. Desde tecnologias avançadas de edição de genes e descobertas únicas de formas de tratar as doenças mais desafiantes, até ao desenvolvimento da inteligência dos dispositivos – a Merck está em todo o lado. Em 2024, a empresa gerou vendas de 21,2 mil milhões de Euros nos países onde atua. A exploração científica e o empreendedorismo responsável foram fundamentais para os avanços tecnológicos e científicos da Merck. Tem sido assim que a Merck prosperou desde a sua fundação em 1668. A família fundadora continua a ser o acionista maioritário do grupo de empresas cotado em bolsa.
Nota importante: A Merck detém os direitos globais sobre o nome e a marca Merck. As únicas exceções são os Estados Unidos e o Canadá, onde a empresa atua como EMD Serono em Healthcare, MilliporeSigma em Life Science e EMD em Electronics.
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